Sabe aquela sensação quando um dos cílios
se desprende e cai dentro do olho? Pois é. Hoje eu acordei assim. Incomodada.
Os olhos vão bem, obrigada! O incomodo não
vem deles, mas da mente, do coração, da alma.
Acordei inquieta com todos os absurdos
que já lemos e ouvimos sobre relações homoafetivas, casamento e beijo gay.
Pra começar acho um saco essas
definições, esses termos que se acoplam aos nomes.
Não é simplesmente uma relação, mas uma
relação homoafetiva.
Não é simplesmente um casamento, mas um
casamento gay.
Não é simplesmente um beijo, mas um
beijo gay.
Na época do nosso casamento (eu tenho
que falar “gay”? Não, né?), escutamos as mais inusitadas declarações, desde a
simples pergunta “vai ter beijo?” (essa foi campeã), até “deixa eu levar minha
sogra que ela adora ver essas coisas diferentes”.
Não parece óbvio a você que um casamento
deve ter um beijo? Não deveria soar no mínimo estranho fazer menção a um
casamento como um circo de horrores ou um museu de anomalias?
E acredite. Essas frases (e todas as demais de mesmo
teor) saíram de nossos convidados, saíram daqueles que deveriam estar
totalmente desprovidos de preconceito.
E alguém duvida que eles acreditem ser
totalmente desprovidos?
É aqui que esse novo conceito de “Família
Brasileira” tão honrada, reverenciada e digna entra. Com todos os seus
conceitos arcaicos, com toda a sua hipocrisia, com todo seu falso moralismo
nojento e desprezível.
A “Família Brasileira” se personifica e
se multiplica no “MAS” que sempre seguem a frase “eu não sou preconceituoso”, se
personifica no “ATÉ”, que dá início ao “tenho amigos gays” ou no texto inteiro
do “o que eu vou dizer ao meu filho de 4 anos quando ele vir dois homens se
beijando na TV”
Quer uma dica? Diga-lhe o mesmo quando
ele viu um homem ou uma mulher se beijando pela primeira vez. Eduque, mas se possível
poupe-o da herança das suas mazelas, da sua ignorância e sobretudo do seu
preconceito.
Que espécie de sociedade é essa, na qual
precisamos comemorar a “conquista” de um beijo entre duas pessoas que se amam?
Que espécie de povo é esse que exibe bundas, peitos e sexo casual, mas ainda se
assombra com um casal andando de mãos dadas?
Sou a favor da família, construída desde
sua forma mais tradicional, até a mais inusitada.
Sou tão a favor que decidi formar uma ao
lado da mulher que eu amo. Quero ser capaz de, ao lado dela, formar seres
humanos de bem, capazes de amar e de usar o amor (o verdadeiro) como filtro
para todos os questionamentos de suas vidas.
Filho, se tem amor verdadeiro é certo,
se não tem é errado.
E ponto.
É isso.
Filhos? Eu ouvi filhos?
ResponderExcluirAinnnnnn!!!!!
Boba!
ExcluirHahahaha
texto lindo !
ResponderExcluirFicamos felizes que tenha gostado, Rosa!
ExcluirSimplesmente, AMEI.
ResponderExcluirQue bom, Lily!
ExcluirUau! Lindo texto, disse tudo! Em um país com tanta diversidade e potencial como o nosso o preconceito ainda é passado de uma geração a outra como se fosse "tradição de família" e alimentado pela ignorância e pelos tabus... Que o futuro nos traga mais respeito e igualdade! E desejo tudo de bom pra família de vocês! <3 Aliás, descobri o blog hoje e estou curtindo tanto que fico me perguntando por que não tem mais comentários! Bora divulgar isso aqui! hahaha Beijos
ResponderExcluirExcelente análise! E que, de fato, o futuro nos traga mais respeito e igualdade.
ExcluirDivulga sim! E continua acompanhando!
Beijos
Você simplismente, ARRASA !
ResponderExcluirValeu!! Continue por aqui, acompanhando!
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